quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Imensidão azul.

Barra Grande-Pi

Mãe Inaê,saudades dos teus cabelos roçando nos meu pés,saudades do teu gosto de sal ,do teu sorriso derramado em espumas brancas,saudades da areia que edificou meu castelo há pouco tão frágil,colorido por conchas ilusórias .Hoje,concretizando o milagre da vida eu perpetuo teu nome no meu ventre:MOANAl!
Moana,nome de origem hawaiana,derivado de Moa,era assim que as tribos hawaianas chamavam a imensidão azul do mar,não me restou outra saída a não ser passar o resto da minha vida homenageando o cenário que modificou integralmente o meu ser.
Moana,mamãe ama você!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Todo o amor que houver nessa vida!


Fotografia : Lina Magalhães
Modelos(rsrs): Vanessa e Moana

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nota breve.

As pessoas tem mania de perseguição,e ai quando te transformam em perseguidora,a comedia fica mais engraçada ainda,e só para aguçar a piada,eu assumo a culpa alheia.Um brinde a sociedade do espetáculo!

domingo, 25 de abril de 2010

Cadente,aqui dentro II

Como que rouba sigilosamente a calmaria das nuvens claras,ou como quem rouba descaradamente as ricas rimas de uma poesia clássica,o amor,em seu estado mais sublime,redesenhou as linhas da minha mão,provocou um curto circuito na minha bola de cristal e embaralhando meu tarô,alojou-se em meu destino,como quem nada deve, só clama.

Que clame,que peça,que rogue!Que esquente meu coloe e enobreça minha alma,que não ' seja eterno enquanto dure',pois essa chama aquece eternamente,ainda que em outros colos,n'outras almas.

Sem sombras,de pouso livre e leve 'tão banal assim como um pardal,meio de contrabando',aquilo que me engoliu abruptamente,na verdade nem desconfia que eu,a fêmea,mamífera leoa com olhos e garras de caça é quem está alojada nele.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lembranças do Esquecimento.

Com uma elegância clássica,os passos moldaram vaidosamente o jardim,e as pegadas ensaiaram uma fuga valsada.
Do sonho,o vulto.
E o coração gasto, custa crer que o tempo também envelhece os sonhos e desordena as lembranças.
As cores vêm,vão,vêm e vão.
Do sonho,nem o vulto...e dos passos ,só a fuga.

Vanessa Feitosa

quinta-feira, 5 de março de 2009

Exorcizo te,omnis spiritus immunde.

Eu que já te vomitei em miúdos,vou te esfoliar da minha pele e te descarnar das minhas unhas. É que aquele teu corpo que de todo era meu,esvaiu-se de mim e a minha alma que te respirava por inteiro anda com uma preciosa disposição ao esquecimento.

Exorcizo te,omnis spiritus immunde.
Sai ,vai embora com a enfermidade das tuas ilusões,vai de reto,que no certo há quem compartilhe da tua previsibilidade de espírito.
Exorcizo te,omnis spiritus immunde.

A porta não está mais à espera e nem os teus passos à escuta,vai e leva contigo os nossos suspiros que pairaram nesse passado que não foi ,que agora eu vou desconjugar todas as minhas vontades pretéritas de te por no meu futuro.

Exorcizo te,omnis spiritus immunde.
Vai,sai da frente do meu espelho ,vai de reto,que é certo o meu desejo de topar com meus olhos e zombar dessa piada quase trágica.
Exorcizo te,omnis spiritus immunde.

As entranhas ainda quentes , traidoras e incovenientes traçam a racionalidade mínima dos meus instintos.Provarei a mim mesma que os impulsos precisam de pulso forte para terem sua essência tempestiva retraída.

Exorcizo te,omnis spiritus immunde.
Sai,vai ,nem que seja num silencioso calafrio,vai de reto,que no certo eu desconjuro minha libido e te expulso dos meus sentidos.
Exorcizo te,omnis spiritus immunde.

Minha voz descrente perdeu-se nessa ladainha.Exorcizo te omnis.Do amor, a sobra tardia.Exorcizo te omnis. É a fé de quem mente mil vezes repetida.

Vanessa Feitosa.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Bloco da Saudade.

Aí veio uma rajada súbita de lucidez!
As asas que por pressentimento já estavam sobrepostas,encolheram-se de vez numa lenta agonia.As serpentinas,lantejoulas e confetes permaneceram invisíveis na avenida à espera do carnaval e acabaram sucumbindo a um fevereiro gasto por outros meses de calendários imaginários.
A rainha da bateria cardíaca põe à prova seus espetáculos em março.Ela,mestra do silêncio restaurador , divide-se em três batuques roucos:SAU-DA-DE.Sem fantasias, máscaras e despida de qualquer traje alegórico , nutre as lágrimas atrasadas(gerações de dores acumuladas) dos olhos insones e salga os olhos ressacados pela folia da noite passada.Na verdade o seu enredo não se importa com os ponteiros do atraso ou mesmo se o sofriemento veio por antecipação,a tinhosa de salto fino faz palco dos corações alheios e entre uma taça e outra de nostalgia embreaga-se nas lembranças mais sutis.
Aí veio outra rajada súbita de lucidez!
Dessa vez a rajada foi tão crua e tempestiva que o relógio tornou-se intrafegável e a saudade,vítima de um crime passional,foi desfalecendo e até se achou digna de um epitáfio "Aqui jaz a rainha dos tormentos".
Que farsa ridícula!Os senhores assassinos me corrijam caso esteja equivocada.Mas quem já matou a saudade sabe que ela teima em ser imortal,nada de três dias para esperar sua ressurreição,basta um suspiro,um sonho,um delírio e aí não importa se é fevereiro,março ou dezembro..a rainha põe seu bloco na rua novamente!

Vanessa Feitosa